segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Eu tenho meses de vida, um ano, dois, três, não me lembro bem do que ocorreu, de como foi, de como sucedeu os acontecimentos, logo 4,5,6,7,8 anos, muitas lembranças, alegria infantil, muitas brincadeiras, muitos meninos brincando na rua, mas tb desavenças familiares e o tocante na sensibilidade de criança, tudo confuso, triste e embaralhado, sofrimento que não convém detalhar, logo 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15 anos, futebol, escola, conhecer o corpo, convívio com diferenças sociais dentro da escola e nos ciclos demais, algumas intolerâncias no âmbito familiar e também desatinos fervorosos, eu?. Pouco entendimento na força que a proposta de vida ali era oferecida, sonhos, lutas, força de vontade, preguiça, vagabundagem tudo isso já fazia parte da adolescência, poderia julgar apenas as dificuldades e dizer que foi um mar de tristezas, mas não foi, havia pai e mãe batalhando pela regrada refeição de dez, doze filhos, tinha uma bola que alegrava, tinha as amizades que se contemplavam e por ai vai, 16, 17, 18, 19, 20 , 21, 22, 23, 24, 25, 26, anos de sonhos desfeitos, abandono da escola, daí acho que a saga do destino, das atitudes, naveguei na contramão, a maré era brava e temei em enfrentá-la, não me preparei profissionalmente, comecei trabalhar tarde, já adormeci o apetite de praticar esportes, quatro cirurgias no joelho, e um trabalho que não correspondia a nenhuma profissão e nem tão pouco me satisfazia, uma namorada que mais tarde mostrou crueldade, e ambição desmedida em contar moedas e moedas das quais me causou sofrimento..27 anos, 27 anos, 27 anos até os dias de hoje 38 anos, loucuras, tristezas, desatinos, surgiu o eu bipolar, o eu diferente, o eu pertubador, me transformei nessa criatura bizarra e medonha e que ninguém tolera, incapaz entre aspas, em que ninguém enxerga possibilidades positivas, viver é assim, conforto e agua fresca pra alguns e transtorno a outros, estou cansado agora, não sei mais o que escrever e descrever sobre minhas angustias, depreciações e decepções, frustrações, viver hoje é ser coagido pela vontade que não tenho de enfrentar.

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