O que fui ontem, hoje difere
e amanhã não sei
Como as águas dos rios que se renovam, assim é a pele da
face do meu pensar, cada dia um tom, varia o som, pra ela é ruim e pra mim é
bom, vou revelando esse repertório do meu humor, hoje eu nego, ontem voou,
amanhã quem sabe o amor, com ele a dor, sabe o que eu queria agora meu bem,
embalar três dias nesse trem, uma amada e não precisa de arem, um Deus, uma
cruz, ser dono da balança, pronto, com minha dama no canavial, no fio da foice
e no rebento emotivo ser que me toma, meu pensar é de menino sem doma, com
vigor feroz, eu morro e vivo, eu digo sim e nego, meu pensar delira tanto que a
loucura despreza, esse espinho de amador poeta que virei, o que fui ontem, hoje
difere e amanhã não sei, todo dia uma prova que a cada palavra, o contexto da
vida se renova.
Giovane Silva Santos
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