Nada sei
É verdade que até pensei que meu coração fosse vagabundo,
por não fazer ideia do mundo, do que vive e do que norteia a contextualização
do universo formal, eu bem sei agora, que nada sei, sou um cego e surdo, meus
sentidos é perverso como aquele ferino devorador, como ave de rapina que veste
a dor, que transforma as oportunidades em devaneios e vaidades, uma foto que
mente, o próximo que sente, meu Deus que sonho esquisito, o livro que desprezo,
a escassa motivação de redenção, se fui Saulo e passei a ser Paulo, longe dessa
ocasião, mais próximo da negação de Pedro ou da traição de Judas, pois minha
vida não merece esse cérebro que apunhala e devora as expectativas, o espírito
que não vem e escuto a mensagem que vaga e ecoa o eco forte, mude o rumo da sua
sorte, ainda agora se atrever, mudar, modificar, explorar o próprio sentimento
do saber que existe em mim e em você.
Giovane Silva Santos